Hoje, como de costume, iniciei minha caminhada no Bairro Santo Antônio, com destino à Feira Hippie, no centro de Belo Horizonte. Percorri toda a extensão da feira, que carinhosamente toma conta da Avenida Afonso Pena com arte e pessoas. Durante a caminhada, recordei a campanha para a prefeitura em 2020, quando propus a expansão da feira até a Praça Sete. A ideia era simples e necessária: ampliar o espaço entre as barracas para oferecer mais conforto aos visitantes. Fico feliz em ver que essa proposta foi acolhida e mantida pela Prefeitura de Belo Horizonte.
A feira continua sendo um retrato da nossa mineiridade. As artes vão do couro à madeira, da pintura à escultura, dos vestidos aos tapetes — um verdadeiro mosaico de talentos e expressões culturais. Ainda se encontram por lá alguns dos hippies que deram origem ao nome da feira. Recordo ainda de minha avó, Geny Rugani, que exibia sua arte em pintura na feira, quando ela ainda acontecia na Praça da Liberdade.
Na gastronomia, a variedade é igualmente rica. Do tradicional pastel ao irresistível acarajé baiano, os sabores da feira conquistam o paladar de todos os que passam por ali.
A Feira Hippie é, sem dúvida, um patrimônio vivo de Belo Horizonte — uma vitrine da nossa arte, criatividade e identidade.
Mas a caminhada reservava mais encontros. No trajeto, como diria Carlos Drummond de Andrade, “havia pedras no meio do caminho” — mas no meu, havia museus, jardins e exposições.
No Palácio das Artes, é sempre bom apreciar a curadoria do Centro Mineiro de Artesanatos, com obras de todas as regiões de Minas. No Parque Municipal, a Semana do Meio Ambiente tomava forma com exposições, apresentações artísticas e a exuberância da natureza. Ainda na Avenida Afonso Pena, descobri um espaço “novo” para muitos: a CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais (antigo Instituto Cultural Moreira Salles), agora um espaço dedicado à fotografia contemporânea, — embora, vale notar, esteja fechada aos domingos.
Na volta, passei pelo Museu Mineiro, também fechado, e encontrei o CCBB em clima de festa junina, com seu arraial e a exposição “Vetores e Vertentes”. Na Casa Fiat de Cultura, sempre bom apreciar Portinari no painel que recebe os visitantes e a exposição “Natureza Transformada”.
Foi, sem dúvida, uma caminhada com propósito — não apenas física, mas cultural e afetiva. Um percurso que conecta passado, presente e futuro da nossa capital, pelas mãos da arte e do encontro com o que BH tem de melhor.






















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